Porque "Apenas um Qualquer"?



O que me fez perceber o quanto eu deveria fazer com que as pessoas me conheçam foi uma experiencia de vida deprimente... um amor perdido digamos assim. Antes eu ñ acreditava em amor... Minha vida mudou. Aprendi a amar, aprendi a servir vinhos, aprendi a tomar a iniciativa, aprendi a conquistar. Aprendi que o primeiro amor deflora irremediavelmente a alma e obriga-nos a não esquecê-lo. Queria eu nunca tê-la amado. Mas não amar aquela mulher seria simplesmente impossível.Quando amei — e amei de verdade — aquela mulher, toda a plenitude de minh'alma transbordara em córregos de êxtase e paixão. Mas ela não percebera. Agora, dias mais tarde, a seda de sua voz faz-me tremer o que estava à deriva do passado. Mostra-me um amor incontido e uma angústia dantesca em busca de um atrasado amor não correspondido. Não correspondido não. Correspondido deveras. Correspondido de uma maneira tão trôpega e carente que talvez a cegara. Agora é tarde. As vidas mudaram. Seu destino aflorou, sua alma cresceu. E almas crescidas não carregam paixões adolescentes à tiracolo.

Já não encontro mais palavras para expressar coisas que não sejam repetitivas.
Mesmo que nada seja como era antes, ainda é tudo igual.
O que falta? Dinheiro? Não, agora já consegui meu emprego. Já saciei muitas necessidades, e mesmo consumismos.
O que então? Amizades?
Não é isso... tenho muitos amigos em diversos lugares, amigos de verdade, que posso sempre contar. E aqui onde estou não é diferente.
Não é solidão, apesar de ter a impressão de ser exatamente isso!

Ah... seria Amor?
Porque essa necessidade? Não é apenas carência física, caso contrário um abraço, um afago de uma amiga me faria sentir melhor. Sexo casual não me acrescenta nada também. Sinto amor... a distância. Será que preciso tocar, para saber que é real? Sentir o olhar? Sentir-me necessário a alguém? Importante? Ou será que isso tudo não passa de uma ilusão? Um truque do cérebro em me fazer ver somente as coisas boas das vezes que tive o amor do meu lado?

Talvez simplesmente falte algum elemento químico no meu cérebro... é isso que um psiquiatra diria. Não consigo pensar que a felicidade realmente resida em uma pílula. Isso vai contra tudo que acredito. Mas, posso estar errado, porque não?

Inadequação com o mundo, com as pessoas, comigo mesmo. Eu apenas imagino o que possa me provocar isso, mas na verdade não tenho a menor idéia. Não sei se exista algo que possa preencher o vazio.

Inadequação...

Eu já cheguei a pensar que este sentimento era uma ilusão provocada por uma depressão, por uma tristeza repentina, passageira. Assim seria, e é para a maioria das pessoas, eu acredito... Neste exato momento olho para mim mesmo e sei que o sentimento de não pertencer a esse mundo (e sabe-se lá se existe algum mundo que seja meu lugar) não é uma mera peça que a minha mente possa estar me pregando. Tudo o que dá de errado, tudo o que as pessoas falam a mim, todos os erros que cometo assim, sem querer. Já cortei meus cabelos, preto não é mais cor exclusiva de roupas, já guardo idéias e pensamentos somente para mim, faço de tudo para ser apenas mais uma pessoa normal. Sou educado, polido, tenho boas maneiras, tento ser sempre carinhoso com as pessoas. Mas nada disso realmente faz muita diferença. Olho para trás e percebo que no trabalho todo mundo já me olhava torto mesmo, decepciono pessoas que gosto sem querer, não consigo ajudar muitas pessoas que gostaria, nunca sei o jeito certo de agir, a hora de agir, até hoje acho que a única coisa que faço mais ou menos certo é Ficar calado... nisso eu até consigo agradar mais pessoas, mas até nesse ponto eu já falhei, mais de uma vez.
Não quero ser uma pessoa perfeita, pois tanto não existe. Eu queria apenas acertar de vez em quando, só para variar.

Não magoar ou decepcionar quem eu gosto;
uma vida profissional mais valorizada, mais segura;
poder ajudar efetivamente quem eu sei que precisa de mim;
não ser apagado da vida de pessoas que considero importante na minha;
não fazer outras pessoas chorar por minha causa...

...algumas coisas básicas.

Não queria, mas estou sentindo tanto a necessidade de mais uma vez me trancar na minha redoma, longe de tudo, da luz e dos reflexos, deixar todos longe dos meus espinhos e minha aura negativa.

Hoje por mais uma vez pensei na morte. Ah, a morte!!! Uma solução parece... mas no fundo não é o que eu quero, eu só quero viver a minha vida intensamente, porém sem exageros... como qualquer pessoa normal nesse mundo (e existem pessoas anormais?), como Apenas um Qualquer.

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