Histórias que se ouve por aí.

Certo dia estava eu indo até as lojas americanas com o propósito de comprar algums DVDs Virgens para fazer backup de arquivos do meu PC. porém cheguei cedo demais (mais na verdade acho mesmo é que essa loja abre tarde demais, para uma cidade com mais de 900 mil habitantes... 8 (oito) horas da manhã é hora de pique!
Enfim, enquanto esperava 20 minutos para a loja abrir, puxei conversa com um sujeito que estava sentado na parada de ônibus em frente à loja, ele me parecia abatido, porémnem um pouco preoculpado.
Pedi para que me contasse sua história a qual dei o nome de:

CONFISSÃO DE UM ESTAGIÁRIO.

Aviso: O texto a seguir pode conter palavras não muito adequadas para menores de 15 anos, leia com responsabilidade pois ele foi escrito o mais fiel possível à história contada pelo narrador, ou seja, o homen sentado na parada de ônibus.

Fui demitido. Justa causa.

Como estagiário, aprendi milhões de coisas e fui muito bem sucedido nas minhas funções. Juro que não entendo o porquê de me demitirem…
Eu tinha várias funções que fazia com excelência, entre elas:

1. Tirar xerox. 3.1 segundos por página.

2. Passar café.

3. Comprar cigarro e pão. 1 minuto e 27 segundos. Ida e volta.

4. Fazer jogos na Mega-Sena, Dupla-Sena, Lotofácil, Loteria Esportiva…

Eu era muito bom. Mesmo. Fazia tudo certinho, até que peguei uma certa confiança com o pessoal e resolvi fazer uma brincadeirinha inocente.

É impressionante o nível de stress em um ambiente de trabalho. Quis dar uma amenizada na galera, deixar o povo feliz e fui recompensado com uma bela de uma demissão por justa causa. Puta sacanagem!

Vou contar toda minha rotina desse dia catastrófico.
Era segunda-feira, 05 de dezembro, quando cheguei ao trabalho.

Nesse dia, passei na padaria no meio do caminho. Demonstrando muita proatividade, comprei pão e 3 Marlboro. Já queria ter na mão sem nem mesmo me pedirem. Quando abri a agência (sim, me deixam com a chave porque o pessoal só começa a chegar lá pelas 11h), já vi uma montanha de folhas para eu xerocar na minha mesa. Xeroquei tudo, fiz café e deixei tudo nos trinques (minha mãe que usa essa gíria rs).

Como tinha saído um pouco mais cedo no outro dia, deixaram um recado na minha mesa: “pegar o resultado da mega-sena na lotérica”.
Como tinha adiantado tudo, fui buscar o resultado. No meio do caminho, tive a ideia mais genial da minha vida e, consequentemente, a mais estúpida.

Peguei o resultado do jogo: 01/12/14/16/37/45. E o que fiz?

Malandro que sou, peguei uns trocados e fiz uma aposta igual a essa. Joguei nos mesmos números, porque, na minha cabeça claro, minha brilhante ideia renderia boas risadas. Levei os 2 papeizinhos (o resultado do sorteio e minha aposta) para a agência novamente.

Ainda ninguém tinha dado as caras. Como sabia onde o pessoal guardava os papeis das apostas, coloquei o jogo que fiz no meio do bolinho e deixei o papel do resultado à parte.

O pessoal foi chegando e quase ninguém deu bola pros jogos. Da minha mesa, eu ficava observando tudo, até que um cara, o Daniel, começou a conferir. Como eu realmente queria deixar o cara feliz, coloquei a aposta que fiz naquele dia por último do bolinho, que deveria ter umas 40 apostas.

Coitado, a cada volante que ele passava, eu notava a cara de desolação dele. Foi quando ele chegou ao último papel. Já quase dormindo em cima do papel, vi ele riscando 1, 2, 3, 4, 5, 6 números. Ele deu um pulo e conferiu de novo.
Esfregou os olhos e conferiu de novo, hahahaha. Tava ridículo, mas eu tava me divertindo. Deu um toque no cara do lado, o Rogério, pra conferir também.
Ele olhou, conferiu e gritou:

-”PUTA QUE PARRRRRRRRIUUUUUUUUUU, TAMO RICO, PORRA”.

Subiu na mesa, abaixou as calças e começou a fazer girocóptero com o pau.
Óbvio que isso gerou um burburinho em toda a agência e todo mundo veio ver o que estava acontecendo.

Uns 20 caras faziam esse esquema de apostar conjuntamente. 8 deles, logo que souberam, não hesitaram: correram para o chefe e mandaram ele tomar bem no olho do cu e enfiar todas as planilhas do Excel na buceta da arrombada da mulher dele.

No meu canto, eu ria que nem um filho da puta. Todos parabenizando os ganhadores (leia-se: falsidade reinando, quero um pouco do seu dinheiro), com uns correndo pelados pela agência e outros sendo levados pela ambulância para o hospital devido às fortes dores no coração que sentiram com a notícia.

Como eu não conseguia parar de rir, uma vaquinha veio perguntar do que eu ria tanto. Eu disse:

-”Puta merda, esse jogo que ele conferiu eu fiz hoje de manhã.
A vaca me fuzilou com os olhos e gritou que nem uma putalouca:

-”PAREEEEEEEEEEM TUDO, ESSE JOGO FOI UMA MENTIRA.UMA BRINCADEIRA DE MAU GOSTO DO ESTAGIÁÁÁÁÁÁÁRIO”

Todos realmente pararam olhando pra ela. Alguns com cara de “quê?” e outros com cara de “ela tá brincando”. O cara que tava no bilhete na mão, cujo nome desconheço, olhou o papel e viu que a data do jogo era de 27/03. O silêncio tava absurdo e só eu continuava rindo. Ele só disse bem baixo:

- É…é de hoje.

Nesse momento, parei de rir, porque as expressões de felicidade mudaram para expressões de ‘vou te matar’. Corri… corri tanto que nem quando eu estive com a maior caganeira do mundo eu consegui chegar tão rápido ao banheiro. Me tranquei por lá ao som de “estagiário filho da puta”, “vou te matar” e “vou comer teu cu aqui mesmo”. Essa última foi do peladão !

Eu realmente tinha conseguido o feito de deixar aquelas pessoas com corações vazios, cheios de nada, se sentirem feliz uma vez na vida.

Deveriam me dar uma medalha por eu conseguir aquele feito inédito.
Mas não… só tentaram me linchar e colocaram um carimbo gigante na minha carteira de trabalho de demissão por justa causa.

Belos companheiros!
Pelo menos levei mais 8 neguinho comigo !

Quem manda serem mal educados com o chefe.
Eu não tive culpa alguma na demissão deles.
Pena que agora eles me juraram de morte… agora tô rindo de nervoso.

Falei aqui em casa que fui demitido por corte de verba (consegui justificar dizendo que mandaram mais 8 embora, rs) e que as ligações que tenho recebido são meus amigos da faculdade passando trote.

Eu supero isso vivão e vivendo, tenho certeza.
e descobri com isso que não se pode brincar em serviço mesmo…

FÁBULAS ALUCINADAS

O Patinho Horrendo

Nasceu então o patinho. E todas as aves aquáticas palmípedes lamelirrostras da região (pertencentes na maioria à família dos Anatídeos, especialmente as de grande porte) foram visitar a jovem mamãe e seu mais novo rebento, na intenção de perfazer todas aquelas manifestações culturais relativas aos acontecimentos memoráveis que todas as aves educadas e sedentas por bons conceitos na sociedade devem conhecer profundamente e exercitar com maestria (mesmo quando por motivos fúteis e a contragosto).

Mas o que ninguém esperava era encontrar, em vez de um belo e delicado patinho recém nascido do ovo, um estranho, desengonçado, desajustado, incongruente e desproporcional (entre muitas outras qualidades medonhas) ser que lhes ofuscava a vista e fazia seus estômagos borbulharem em clorídrica acidez.

O silêncio foi constrangedor por intermináveis segundos.

- Que patinho horrendo! - Cochichou Dona Patanha no ouvido de sua amiga de fofocas, Dona Gancilda.

Falando como louca (coisa que era lhe bastante fácil, visto ser realmente louca) igualmente cochichou:
- De fato, amiga Patanha, mas lembre-se de que se há males que vem para o bem, há males que vêm para o mal. E se é mesmo assim, há coisas boas que vem para o bem, e, por pura lógica aristotélica, há coisas boas que vêm para o mal. E isso me parece muito mau... muito mau... muito mau... muito mau.

E assim, muito mal recebido, foi o pobre patinho horrendo. Obviamente não foi agredido, sobretudo nos torturantes momentos daquela desalentadora apresentação, onde todos simularam, com grandiosa alegria, intensa simpatia pela nova cria que se unia à comunidade dos animais, mas não houve um único dia na vida do malfadado patinho em que não sentiu a profunda rejeição em absolutamente tudo o que fazia ou dizia.

Seus primeiros dias de vida se mostraram um desafio às suas habilidades naturais. O patinho horrendo, cujo nome de batismo seria Felix Patrasco, caso tivessem tido coragem de batizá-lo, possuía uma voz tão dissonante, disforme, pouco acústica, enervante, agônica e molesta, que seus estrídulos eram ouvidos a muitos e muitos trotes de distância. Mais ou menos a distância mínima que todos queriam manter dele. E nesse estado psicológico lamentável vivia Félix nesse mundo.

Era de costume em seus solitários dias ver sua mãe e seus irmãos nadando no lago. Sempre se sentia compelido a juntar-se a eles. Obviamente jamais levava aquele impulso a cabo, visto não saber nadar. Sim, Felix Patrasco não sabia nadar. Muito pior até, Félix Patrasco não possuía a menor idéia de como nadar. Olhava para os demais seres no lago e assombrava-se com tais demonstrações de flutuabilidade e com a sua aparente incompetência natatória.

Sua vida tornava-se cada dia mais angustiante. Não suportava mais aqueles olhares irônicos, os cochichos debochados dos demais patinhos e todos aqueles requintes de crueldade com que a sociedade patal costuma tratar os indivíduos que estão fora do padrão socialmente aceito.

Irou-se.

Depenou-se metaforicamente de inconformismo e, em sua encrudelecida mente, indignou-se furiosamente com aquela situação patológica:

- Patota de cretinos! - resmungou - Eles me pagam! Hei de ser o melhor pato que já nadou nessa porcaria de lago!

E nesse propósito, enlouquecido de asco, atirou-se na água a patinhar.

Afundou como uma pedra...com extrema dificuldade ergue a cabeça para fora da água; olhos arregalados, bico aberto de pavor, submerge novamente...calma no lago...algumas ondas e somente as patas são visíveis para fora, patas frenéticas...outro mergulho...segundos de silêncio...esguichos de água, asas batendo em visceral desespero, um corpo se contorce, cabeça, asas, pés e tronco se revezam em infernal balé, como se rolassem ribanceira abaixo e por fim afundam...

Todos vendo a dantesca cena exclamam assustados:

- Santo Donald! O patinho se afogou!!!

O reverente silêncio se instaurou entre os bichos, mesmo entre os que o detestavam, que eram a absoluta maioria. Agora não era mais hora de denegrir a imagem do feioso pato. Agora não, nesse momento a solidariedade era a melhor reação, e então gritavam:

- Pobre patinho! Que coisa terrível aconteceu com nosso amigo!

Nesse momento, com um último fôlego, o horrendo patinho põe o biquinho para fora d'água e grita:

- QUERO MAIS É QUE VOCÊS VIREM PATÊ, SEU BANDO DE...blug...glub...

E afunda.



Moral: Filhotinhos de urubu não sabem nadar.

A História de Apenas um Qualquer. Capitulo I

O Nascimento

Certo dia eu nasci. Tão memorável evento não me consta na memória, embora relatos de testemunhas da época confirmem a versão. Vejo-me obrigado a crer na veracidade das histórias, caso contrário haveria uma enorme probabilidade de que minha pessoa não fosse existente, fato esse que me seria de extremo desprazer.

Ainda segundo os relatos, eu vim a este mundo no mês de janeiro do ano de 1986. Era quase meia-noite do dia 26 e todos acreditavam que o nascimento ocorreria na tarde do dia 27. Contrariando as expectativas - habilidade na qual me tornaria um mestre - provei da atmosfera desse planeta pela primeira vez às 23h30min do dia 26. Ao que parece, não me agradei muito do oxigênio, pois chorei por algumas horas consecutivas. Nasci com 4.390g e medindo 53cm, o que me colocou na posição de maior bebê da maternidade naquela noite inolvidável.

Tudo indica que devo ter sido um bebê de pulmões extremamente fortes, sendo esses superados em sua força somente pela minha força de vontade em chorar. Devo ter sido ainda um bebê promovedor de uma grande realização pessoal para meus pais, visto que eles não se cansam de afirmar que se eu tivesse sido o primeiro filho, teria sido o último, pois um de mim já era o bastante para cabeça de qualquer um.
Meu primeiro ano foi muito estranho, mas isso fica para o próximo capítulo...

Perigo nas Esquinas! O.O

Observando o fluxo de veículos de uma rua próxima à minha casa, cheguei à conclusão de que o pior problema do nosso trânsito urbano encontra-se nas esquinas. Não somente encontra-se lá, como são elas mesmas o problema. Uma esquina é, como o nome diz, um canto, e todos sabem que coisas ruins acontecem nos cantos.
Uma prova disso é que ninguém quer ficar lá.

É comum, quando nos sentimos ameaçados e acuados, dizermos:
- Fiquei preso num cantinho!
Ou quando somos desprezados dizermos:
- Me jogaram para um canto!

Por esse motivo, fica evidente que enquanto houver esquinas em nossas cidades nosso tráfego será caótico.
E o pior não é isso. Como se já não bastasse a ruindade emanante de um único canto, quando duas ruas se cruzam, quatro cantos se encontram e se potencializam: encontramo-nos em uma encruzilhada!
Quando chegamos nesse estágio, a incerteza é nosso destino.

A duas únicas alternativas que vejo para esse terrível tormento são: a total aceitação da situação - juntamente com todos os desastres decorrentes - ou a total eliminação das esquinas.
Em ambos os casos, ficamos em um beco sem saída.



Comentários de primeira necessidade: 


Quero agradecer a todos os que deixaram seus tão impulsionadores comentários neste blog, aos que o visitam somente para se distrair um pouco e também àqueles que entram aqui enganados e que saem correndo (eu não os culpo). 
Desejo que saibam que dou atenção especial aos seus comentários e que, por isso, atenderei aos seus pedidos recheados de emoção sobre saber mais a respeito da minha pessoa e da minha existência nesse planeta. 
Contudo, como apenas um qualquer, sou perfeccionista. Como tal, não seria suficiente para minha cabeça dizer meus dados pessoais e características físicas. Dessa forma, não vejo outra opção a não ser contar a história da minha vida em episódios, sempre que possível, diários. 
O relato se chamará "A história de Apenas um Qualquer", e deverá ter seu primeiro capítulo disponível à visualização no fim-de-semana próximo. (Espero conseguir terminá-lo ate amanhã ou domingo) 
Aqueles que sobreviverem verão. Espero ardorosamente que todos sobrevivam.


Obrigado! ^^

Vitória vs Derrota

O que é vitória e o que é derrota?
Que ilusões e belos truques a vida aplica!
Não é matéria que vai preencher o vazio afinal de contas...

Deixo a solidão ilusória pela real para viver e ser aquilo que todos esperavam de mim.
Hoje, não sou nada além da vontade dos outros. Cheio de matérias, e aparências.
Agora estão todos felizes!!! Olham-me com olhos orgulhosos
Aceitei por fim, vencido, viver o personagem que todos esperavam que eu assumisse já há tanto tempo.

Bom, já que estão todos felizes, talvez seja melhor assim mesmo. Quem sabe a felicidade que eu tinha de ser eu mesmo não era uma ilusão. Quem sabe tudo é! O que é real afinal?

Junto com meu personagem veio a força, e junto dela veio a frieza.

Estou fortalecido sim, porém essa é a única coisa real que podem perceber em mim.
E agora reclamo à noite pela vida que eu lamentava em viver. Olho fotos e sinto saudades de mim mesmo. Como era tolo em não perceber...

Gostaria poder voltar a chorar. Voltar a chorar e ser amado com toda a fragilidade e sensibilidade que costumava ter. Ser amado exatamente como eu... "era". Com meus defeitos e virtudes.

Alguém pode quebrar esse bloco de gelo sem quebrar o coração que o habita?

Bacharelado em Ciência da Computação

Estava eu a pensar um pouco sobre os meus estudos e minha Faculdade, e, observando meus companheiros de sala (vejo aula em duas salas) concluí que:

Os jovens saem do Ensino Médio, enlouquecem fazendo cursinhos pra passar no vestibular e entram num curso universitário sem saber o que isso significa.

Em primeiro lugar observo que o curso de Ciência da Computação hoje é o que o esteriótipo afirma: é um curso de viciados em jogos. Até aí tudo bem, cada um faz o que bem entende nos seus momentos de lazer.

O problema é que acredito que isso colaborou para virar um reduto de usuários de computador, pessoas que leram “Computação” no nome e pensaram: Eu gosto de mexer no computador, acho que este é o meu curso.

Vejo que os adolescentes que hoje entram em Ciência da Computação desprezam a matemática e não vêem sentido em provar as propriedades básicas dos números em disciplinas como Álgebra. Ouvi esses dias na minha sala de aula: Se nós já sabemos que funciona, pra que provar? São pessoas que entram num bacharelado sem vontade de estudar teoria.

A realidade que percebo, é decepcionante. E em muitas universidades o curso está mudando de cara pra satisfazer estes estudantes e não o contrário, como deveria ser. O IME-USP ainda tem um curso excelente, mas advinhe o que os alunos aprendem na primeira matéria do curso (chamada de Introdução à Computação)? Java e programação orientada a objetos. Eles aprendem classes e métodos antes de aprenderem operadores lógicos e laços.

Estou no curso errado? Prefiro pensar que não. Porque a definição está ao meu lado. Às vezes penso que o nome do meu curso deveria mudar, para não pegar desavisados que não procuram o que é antes de entrar. Deveria ser algo como Bacharelado em Ciência dos Algoritmos, Bacharelado em Matemática Discreta... não sei. Mas é claro que tudo isso seria besteira. Na verdade quem precisa mudar são as pessoas. Tanto as que entram no curso, quanto as pessoas em geral, que pedem favores pra cientistas da computação pensando que eles são técnicos de informática. Elas precisam pesquisar o que é o curso antes de entrar nele, precisam saber que Ciência da Computação é um ramo da matemática que existe desde muito antes da criação dos computadores digitais.

Acredito que todos que são capazes de passar na carreira da Poli na Fuvest são capazes de ler o primeiro parágrafo do texto da Wikipedia em português sobre Ciência da computação, que diz:

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"Ciência da computação é o estudo dos algoritmos e suas aplicações, bem como das estruturas matemáticas indispensáveis à formulação precisa dos conceitos fundamentais da teoria da computabilidade e da computação aplicada. Desempenha por isso um papel importante na área de ciência da computação a formalização matemática de algoritmos, como forma de representar problemas decidíveis, i.e., os que são suscetíveis de redução a operações elementares básicas, capazes de serem reproduzidas através de um qualquer dispositivo mecânico/eletrônico capaz de armazenar e manipular dados. Um destes dispositivos é o computador digital, de uso generalizado, nos dias de hoje, pelo custo reduzido dos componentes eletrônicos que formam o seu hardware."

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Bom, é apenas um desabafo. Espero que ninguém se ofenda, e preciso torcer fortemente pra isso mesmo porque é certo que os ofendíveis são maioria. Pois ando percebendo que estou fora de moda. Revolto-me quando ouço um professor uspeano elogiar o Java, alegando ser uma linguagem moderna e maravilhosa porque aceita acentos nos nomes das funções enquanto o C é antiquado (Se vc nunca foi na USP basta procurar por videos a respeito). Abandono a sala ao ouvir que hoje em dia classes são mais importantes do que laços e nomear corretamente funções é mais importante do que conhecer algoritmos.

Sem dúvidas o problema sou eu, que serei talvez um dos últimos Bacharéis em Ciência da Computação que se importa em saber implementar uma estrutura de dados, afinal (sic) se o Java já tem um heap implementado para que reinventar a roda?

Talvez eu seja um dos últimos a lembrar e valorizar o trabalho de verdadeiros cientistas da computação como Edsger Wybe Dijkstra, que certa vez disse:

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"Ciência da Computação está tão relacionada aos computadores quanto a Astronomia aos telescópios, Biologia aos microscópios, ou Química aos tubos de ensaio. A Ciência não estuda ferramentas. Ela estuda como nós as utilizamos, e o que descobrimos com elas."
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Declaro-me a favor de um curso de Ciência da Computação onde os computadores sejam tratados apenas como ferramentas. Há outros cursos para quem não pensa assim e entra na universidade buscando uma formação sobre desenvolvimento ágil e produtividade. Não estou criticando quem busca isto. Porém, na minha opinião, estes definitivamente não deveriam entrar num curso chamado Bacharelado em Ciência da Computação.
 
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