O Pior Dos Enganos (Quase tão ruim quanto marcar a letra errada na folha de respostas para uma questão que você SABIA a resposta)

As coisas nesse mundo passam a uma velocidade estonteante. E essas coisas geralmente são representantes daquela espécie de coisas que depois que passam não costumam passar novamente. São coisas daquele tipo de coisas que passam por você correndo e logo em seguida mostram a língua, dizendo: "Dançou, meu chapa! Hehehe". Que coisa.

É bem verdade que algumas coisas que passaram costumam passar de novo, tais como novelas antigas no "Vale a pena ver de novo" ou um filme passado e repassado na "Sessão de tarde".

[Aqui abro breves colchetes - ultimamente tenho evitado abrir breves parênteses -, pois a nostalgia me pega pelo braço, me sacode com moderada violência e me pergunta: Você se lembra das tardes legais assistindo a "Sessão da tarde"?... Sim, é claro, - eu respondo à indócil nostalgia - como eu poderia esquecer logo da "Sessão da tarde"?... Porém, faz tanto tempo que não assisto que nem sei mais se ainda existe ou não. E por falar nisso, eu gostava muito quando passava a "Fantástica Fábrica de Chocolate", ou "Guerra nas Estrelas", ou "O enigma da pirâmide", ou tantos outros ous que nem me lembro mais.]

Porém, outras coisas, talvez grande parte delas, passam e nunca mais voltam. Nunca mais!

[Novamente abro breves colchetes para que você pense bem no termo "Nunca Mais", medite no seu conceito e reflita na infinitude de sua duração e no impacto que isso causaria na sua limitada e relampejante existência. Só não pense muito que a gente não tem muito tempo e tempo é dinheiro. E por falar nisso, aceito doações de tempo.]

E como algumas coisas nunca mais voltam, é no mínimo pouco esperto deixar que passem e nos mostrem a língua. É óbvio, ou não, que não quero dizer com isso que devemos viver desesperados para pegar todas as coisas que aparecem pela nossa frente. Só digo que certas coisas se perdem simplesmente por que ficamos parados, observando.

É como um carrossel enlouquecido no qual devemos entrar. Não sabemos quem o fez, quem já está andando lá, ou quando começou com seus furiosos rodopios, mas sim, temos que entrar. Não importa que sua velocidade venha a nos atirar por sobre os cavalos e quebrar os nossos ossos, não importa se o giro alucinado nos queira arremessar pela tangente e nos espatifar contra os muros, nada disso importa. A única coisa que importa é não ficarmos lá parados, catatônicos, mentecaptamente hipnotizados, olhando as coisas passarem, nos mostrando a língua (detesto quando elas fazem isso), enquanto o inflexível bicho-papão chamado eternidade vem nos perguntar o que fizemos com o pouco tempo que nos deu.

É de dar medo. Felizmente detesto carrosséis e não acredito em bicho-papão

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