Homem-banana


Continuando com essa história triste que eu iniciei em meu último artigo (peço mil quatrocentas e trinta e sete desculpas por tão lamentável intermitência de deixar o Blog parado por meses), conto hoje aqui a história de um outro tipo de homem cujo destino, se não é tão horrível quanto o do Homem-picolé, certamente não é nenhuma moleza. Refiro-me ao Homem-banana.

Coitado do Homem-banana. Vive sempre com um cacho de problemas para resolver em sua infecunda existência. É possível até mesmo dizer que esse sujeito leva uma vida vegetativa.

Ele começa seus dias muito verde para entender das complexidades desse mundo. Mas desde o início, como se já pudesse pressentir o peso de seu futuro, o Homem-banana já não consegue manter a confiança e se curva perante a vida.

E que vida ingrata. Ainda moço é posto para amadurecer sem que nem uma lição lhe seja dada. Não é a toa que muitos não resistem e viram chimia nesse mundo cão.

Mas boa parte resiste a essa prova inicial. Coisa que não lhes vale muito, pois logo são obrigados a ir para as ruas e vender seus corpos a preço de banana. Sim, ser um Homem-banana é muito humilhante.

Em cada lugar que vão, recebem apelidos. Banana-nanica, banana-catarina, banana-caturra e banana-d'água são alguns dos termos com os quais o Homem-banana é conhecido por essas bandas. Mas não se iluda, esses são somente alguns, pois existem pencas deles.

Sempre que podem, os Homens-banana se escondem nas matas e vivem em grupos. Quando em seu ambiente natural, são criaturas muito alegres, gregárias e vivem a brincar de plantar bananeiras.

Mas se vivem na natureza, os Homens-banana também o fazem com receio. Assim como quase todo mundo, eles têm muito medo de alguns animais, mas nenhum lhes causa tamanho pavor quanto um macaco. Acabar esfolado e devorado por um símio é um pesadelo para qualquer Homem-banana.

É, depois disso não é de se estranhar que o Homem-banana seja antes de tudo um revoltado. Mas, para sua infelicidade, ele não mostra essa revolta pra ninguém, preferindo manter esse sentimento escondido, pois ele sabe que por dentro não passa mesmo é de um grande molenga.

Homem-picolé

Costumam falar muito do Homem-aranha, do homem de Neandertal, do Homem-elefante, até mesmo do bicho-homem, mas nesse mundo injusto e devasso quase nunca falam do mais humilhado dentre todos os homens, o Homem-picolé. 

O Homem-picolé é um indivíduo cuja vida, dura e fria, acabou por transformá-lo em um ser altamente anti-social. Ele até que tentou se enturmar algumas vezes, mas nunca conseguiu se sentir muito bem com o calor humano. 

O Homem-picolé é o único homem do mundo que fica feliz por sua esposa ser uma geladeira. Ele tenta de todas as formas mostrar que é um sujeito que merece respeito, mas o máximo que consegue é ser chamado de docinho. Ou pior ainda, muitas vezes é chamado de frutinha, uvinha, ou coisas ainda mais degradantes. 

O Homem-picolé sabe bem o que é ser embrulhado pelos outros. Muitas vezes ele somente encontra o descanso de seus males escondido dentro de um isopor. 

O Homem-picolé é um caso sério de complexo de inferioridade, mas quem não seria se tivesse que passar a vida toda com um palito no traseiro. 

O Homem-picolé é, antes de tudo, um sobrevivente. Raramente atinge seu prazo de validade. Quase sempre termina seus dias nas mãos de um boca-aberta, que certamente lhe tirará o suco. 

A vida do Homem-picolé realmente é um grande abacaxi, é azeda como um limão e esfiapada como uma manga. E quem acha que é mole ser um picolé de morango que atire a primeira laranja. 

Pobre homem-picolé, em suma (ou em sumo) ele é mesmo um grande pé frio.

Manutenção


Depois de tanto tempo sem postar, vamos retomar as atividades do blog, estávamos muito ocupados e não tínhamos tempo para dedicar ao blog e escreve aqueles textos que vocês gostam.

então é isso, a partir de hoje o blog Apenas um Qualquer retoma suas atividades, desde já agradeço.
 
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