Apenas um Qualquer, O Relapso

Tornei-me um relapso, um habitante contumaz das terras da negligência, um errante viajante das trilhas da mandriíce.

Perdido entre minhas tarefas reais e imaginárias, isolei meu ser de minhas atividades prazerosas neste mundo virtual. Isso bem pode ser dito desses últimos dias, quando de muito descuido foi vitimado esse blog. Nem mesmo essa gripe que me pegou (certamente não fui eu que a peguei) explicaria tamanha indolência.

Entretanto, meus instintos edificadores impulsionam-me para o retorno às minhas rotinas. E mesmo com os sintomas de uma gripe que nenhum analgésico conseguiria frear, retorno.

Nessas horas é que se vê como os lenços de papel ocupam um lugar de destaque entre as coisas mais preciosas que um ser humano pode possuir. Não fosse por eles, eu estaria nesse exato momento assoando meu irredutível nariz com papéis impróprios para tão encharcante função, coisa que muito provavelmente transformaria a abertura de minhas narinas e meu lábio superior em estruturas horrendamente irritadas e tomadas por feridas oriundas do efeito lixa de tais elementos fibrosos.

Nem gosto de imaginar que fim teria meu dispositivo cheirador se eu recorresse aos lenços de tecido que, antes de serem sedosos e agradáveis ao tato, são mais abrasivos que uma pedra a amolar. Isso certamente deixaria meu rosto de tal forma destruído que as pessoas viriam e me perguntariam quem teria sido o meliante a me surrar.

Pensando bem, não vejo como sustentar uma situação dessa utilizando lenços de tecido. Mesmo que fossem feitos da mais fina seda, teriam que ser lavados. E lavá-los seguramente não seria uma tarefa das mais agradáveis, principalmente para os de estômago fraco. Imagine a delicada estrutura permeada pelo mais repugnante muco que só uma pútrida e irascível gripe poderia fabricar.

Certamente esse lenço seria muito abominável e o lixo seria um lugar de onde muitos se lembrariam antes de lavá-lo. Assim sendo, o lenço de papel tornou-se um grande aliado de nossas caras e de nossos estômagos, firmando-se como um dos principais agentes da felicidade do convalescente moderno.


Macacos me mordam! Esse texto começou com preguiça e acabou banhado em muco. Hoje realmente é um daqueles dias escatológicos para se limpar da memória.

E por falar em limpar, deixe-me procurar meus lenços que a coisa está ficando preta por aqui...

1 comentário

Davi Drummond em 21 de setembro de 2011 às 11:15

adorei seu texto relapso que prende a gente =))

to seguindo aqui, segue lá? =D

www.foiporquerer.blogspot.com

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