REDAÇÕES ALUCINADAS

O Mundo 

O mundo é um dos lugares mais mundanos que existe. No começo ele era quente e feio como o inferno, embora, teoricamente, ainda não existisse inferno por falta de moradores. Apesar disso, o mundo tem sido um lugar muito habitável faz alguns bilhões de anos.

À medida em que o nosso planeta foi esfriando, a vida, eufórica com as novas possibilidades, mergulhou de cabeça para dentro dos mares, mesmo que ainda nem cabeça possuísse. A princípio, ainda sulfuroso, o mar nunca estava para peixe, sendo que uma boa pescaria só estaria disponível dentro de muitas centenas de milhões de anos. O máximo que se poderia tirar dali era alguns seres unicelulares, que certamente proporcionariam um desafio para se colocar em uma grelha.

Mais tarde, quando as criaturas já existiam em grande quantidade, elas costumavam viver até serem mortas por outras criaturas ou por causas naturais, o que sempre foi muito natural. Mas quando um cometa vinha e colidia com a terra, ou quando algum outro cataclismo se cataclismava, as espécies que sobravam decidiam dar uma evoluída e se adaptar às novas condições. Ou morrer tentando.

Os dinossauros, seres de pensamento muito pré-histórico, não resistiram às pressões dos novos tempos e foram morar dentro das pedras, como comprovam os seus ossos. Mas quando enfim chegamos neste mundo, nossa espécie o fez sem muito alarde, agarrados em algum galho de árvore, catando piolhos uns dos outros. Com o tempo deixamos as árvores e fomos morar em cavernas, que por melhores que fossem sempre eram bastante cavernosas.

Dentro dessas cavernas nossos antepassados mal-encarados pintavam as criaturas que habitavam o mundo daquela época da forma como eles as viam. É bem possível que nossos ancestrais fossem extremamente míopes ou que estivessem sempre tomando algum chá de cogumelo, já que as criaturas desenhadas eram sempre bastante psicodélicas. Não é possível descartar a possibilidade de que tais criaturas realmente fossem psicodélicas, o que poderia explicar as suas extinções.

Enfim, como tudo que tem um começo tem um fim, o começo do fim do mundo virá, ainda que não tenha previsão para começar, ainda que um fim nunca aconteça antes de um meio e ainda que os fins não justifiquem os meios. Ou justifiquem. Ou talvez. Sei lá, não vou mais falar disso porque não tenho a menor condição de opinar sobre esse assunto. Lembre-me, eu sou só apenas um qualquer.


P.S., mas não menos importante:

Agradeço profundamente à minha amada, idolatrada, salve, salve, amiga Ana que tanto amor me tem dedicado e tanto esforço tem despendido na alucinada cruzada de me fazer retornar aos meus escritos que tanto me alegram, mas aos quais não tenho podido dedicar meu tempo como se deve. Pobres seres vivos tão carentes (sim, os escritos são seres vivos... e são carentes).

Obviamente que a sutil ameaça de minha formosa amiga de jamais voltar a me conceder maravilhosos gestos de amor (sou suspeito para dizer essa verdade, mas macacos me mordam, digo assim mesmo) caso eu não voltasse a postar algo, o que quer que fosse, até o sábado passado (no caso à um dia e meio, sim, a semana acaba no sábado e não no domingo, como poderia supor um vivente menos avisado) foi bastante motivador e agente realizador de uma profunda vontade de me fazer sentar nessa cadeira e escrever.

Então escrevi.

*/ Doeu? Arrancou pedaço? Porque demorou tanto assim? E o pessoal que sempre entrava aqui pra ler os posts? Fica assim mesmo? Só uma desculpinha esfarrapada e acha que tudo está às mil maravilhas? Que cara-dura.../* 

Desculpem a perturbação acima. Esse indivíduo acusador e difamatório que novamente se intromete em meus textos é nada mais do que minha outra personalidade, o Coelho branco*, como se autodenomina. Mas devo dizer que ele somente antecipou o que eu pretendia dizer agora.

Agradeço a todos os meus amigos e amigas que passaram por aqui, os que sempre passam e os que quase nunca passam, pelas palavras, pela amizade e por tudo mais, seja lá o que tudo mais for. Para ser sincero, agradeço também aos que nunca passaram por aqui e aos que jamais passarão, porque, segundo Mário Quintana, eles passarão e eu, passarinho.

Eu acho.

*Vocês que acompanham o blog sabem muito bem como é minha relação com coelhos (nada amistosa), na verdade minha segunda personalidade usa esse nome para fins de psicologia! É... ela não tem medo de coelhos...

1 comentário

Magna Eugênia em 2 de junho de 2011 às 00:11

Rabbit... vi todos os posts... chega deu uma overdose de apenas um qualquer... mto show como tudo que vc escreve... e sim, escrever dói, mas alivia tb... hahahaha, estou com a bunda doendo de tá sentada escrevendo mil artigos científicos e zilhões de resumos e resenhas. Porém, não poderia deixar de ler meu fiel amigo!

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